A resistência de Joe Biden à corrida presidencial nos Estados Unidos gerou uma série de reações no Partido Democrata, revelando uma falta de consenso sobre a possível candidatura de Kamala Harris. Segundo o professor de Relações Internacionais Rodrigo Amaral, em entrevista à CNNas manifestações de figuras proeminentes do partido, como Barack Obama e Nancy Pelosi, não mencionaram explicitamente o apoio ao vice-presidente.
Amaral destacou que “não existe uma voz única dentro do partido” neste momento crucial. A ausência de uma declaração clara de apoio a Harris por parte dessas lideranças sugere que os bastidores políticos estão em plena ebulição, com negociações intensas ocorrendo nas últimas horas.
Desafios e vantagens da candidatura de Harris
O professor mencionou que Kamala Harris possui algumas vantagens significativas, como já fazer parte da chapa Biden-Harris e ter acesso a fundos de campanha, estimados em cerca de US$ 90 milhões. No entanto, falta um apoio unânime dentro do partido que representa um desafio específico.
Amaral também teve a importância da escolha do vice-presidente em eventual chapa liderada por Harris. Segundo ele, o candidato a vice deve “ser uma pessoa que também é alguma, que seja o completo oposto dela no sentido de trazer elementos mais tradicionais da política democrática norte-americana”.
Cenário político em transformação
O especialista comparou a situação atual com a eleição de 2016, quando Hillary Clinton foi consenso no Partido Democrata e Donald Trump foi visto com ceticismo no Partido Republicano. Agora, o cenário se inverteu, com Trump sendo a certeza republicana e os democratas enfrentando incertezas.
“É possível essa inversão também”, afirmou Amaral, sugerindo que uma candidatura democrata, mesmo com dúvidas internacionais, poderia surpreender nas urnas contra um Trump aparentemente consolidado.
A análise do professor ressalta a complexidade do cenário político americano e a importância das negociações que se seguirão nos próximos dias para definir o rumo do Partido Democrata nas eleições presidenciais de 2024.
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