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Agentes da IA ​​e o fim da era da plataforma do luxo

Uma nova onda de disrupção tecnológica promete transformar o mercado de luxo. Embora a indústria tenha demonstrado cautela na adoção da transformação digital, limitando-se a plataformas de comércio eletrônico e experimentos com NFTs, a convergência de agentes de IA e o comércio descentralizado anuncia uma reformulação profunda na forma como os produtos de luxo são descobertos, autenticados e comercializados, e como os clientes interagem com as marcas.

Estamos testemunhando o ocaso da era dos websites. Assim como os aplicativos móveis revolucionaram a navegação em desktops, os agentes de IA se tornarão a interface primária entre consumidores e marcas de luxo. Ao invés de navegar por inúmeros websites e aplicativos, os clientes simplesmente instruirão seus agentes de IA sobre suas necessidades – seja encontrar a bolsa de noite perfeita, rastrear um relógio vintage ou acompanhar as últimas coleções de suas marcas favoritas.

Essa mudança ocorre em um momento crítico para o setor de luxo, que enfrenta um crescimento em desaceleração, com projeções de expansão anual de apenas 1-3% até 2025. As estratégias tradicionais de crescimento, como aumentos agressivos de preços, atingiram seus limites, enquanto os consumidores mais jovens valorizam cada vez mais experiências em detrimento de bens materiais e questionam a proposta de valor do luxo.

A Ascensão dos Agentes de Comércio de IA

Os agentes de IA, programas autônomos capazes de pesquisar, negociar e realizar transações em nome dos usuários, prometem transformar a forma como os consumidores descobrem e compram produtos de luxo, conectando-se diretamente com marcas e vendedores, sem intermediários. Mais importante, eles substituirão websites e aplicativos como a principal interface entre consumidores e marcas.

Imagine solicitar ao seu agente de IA que encontre “uma bolsa de noite preta da Chanel, semelhante à usada por Emma Stone no Globo de Ouro, dentro do meu orçamento”. O agente pesquisaria instantaneamente em varejistas autorizados, plataformas de revenda e estoques de marcas, negociando preços e verificando a autenticidade. A experiência de compra de luxo se tornaria conversacional e descomplicada, eliminando a necessidade de alternar entre abas do navegador ou múltiplos aplicativos de compras.

As implicações para o setor de luxo são profundas. As plataformas dominantes atuais, como Farfetch e Net-A-Porter, correm o risco de se tornarem obsoletas, à medida que os agentes de IA navegam por seus “jardins murados”, comparando preços e autenticando produtos em todo o cenário digital. A “Era da Plataforma”, onde marketplaces centralizados controlavam a descoberta e as transações, pode estar chegando ao fim.

A Importância da Descentralização

Para que os agentes de IA operem efetivamente no comércio de luxo, eles precisam de uma infraestrutura confiável. Os agentes não podem verificar produtos físicos ou resolver disputas por conta própria. É nesse contexto que os protocolos de comércio descentralizados se tornam cruciais, fornecendo a “camada de confiança” que permite aos agentes de IA realizar transações no mundo real com segurança.

Através de protocolos descentralizados, os produtos de luxo podem ser “tokenizados”, com direitos de propriedade protegidos criptograficamente e transferências automatizadas por contratos inteligentes. Quando o agente de IA de um cliente compra uma bolsa Birkin, por exemplo, o protocolo garante que ele receba o item autêntico ou tenha seu dinheiro devolvido, sem depender de intermediários centralizados.

Transformando a Experiência de Luxo

Essa convergência tecnológica possibilita modelos de consumo de luxo totalmente novos. A propriedade fracionada, por exemplo, permite que os agentes de IA auxiliem os clientes na criação de portfólios de ações em itens de ultraluxo, como relógios raros e peças de alta costura. A autenticação instantânea de peças vintage, através da verificação de credenciais digitais em redes descentralizadas, é outra possibilidade.

O impacto mais amplo pode ser a democratização do acesso ao luxo, paradoxalmente aumentando sua exclusividade. Os agentes de IA podem auxiliar consumidores aspiracionais a descobrir produtos de luxo de entrada através de sistemas de recomendação e propriedade fracionada. Ao mesmo tempo, indivíduos de alta renda ganham novas formas de adquirir e comercializar peças raras através de protocolos confiáveis.

O Futuro do Luxo

Para as marcas de luxo, essa mudança exige uma reformulação fundamental na forma como se relacionam com os clientes. Ao invés de investir em reformulações de websites e aplicativos móveis, as marcas precisarão tornar seus dados de estoque, conteúdo e autenticação acessíveis aos agentes de IA através de protocolos descentralizados. O foco se desloca da criação de interfaces atraentes para o desenvolvimento de conjuntos de dados ricos e legíveis por máquina, que os agentes possam interpretar e utilizar. As marcas que adotarem essa mudança poderão reduzir as taxas de plataforma e construir relacionamentos mais diretos com os clientes através de interações mediadas por IA.

A transição não será imediata, mas a direção é clara. Assim como o comércio eletrônico transformou o varejo de luxo nos anos 2000, os agentes de IA e o comércio descentralizado remodelarão a indústria na década de 2020. A era da plataforma está chegando ao fim. As marcas que reconhecerem essa mudança precocemente estarão bem posicionadas para prosperar no próximo capítulo do luxo.

O sucesso será das marcas que enxergarem os agentes de IA não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de tornar o luxo mais acessível, autêntico e eficiente, preservando o artesanato, a criatividade e a exclusividade que definem o verdadeiro luxo.

Esse foi um post do convidado Justin BanonAssim, Fundador de Protocolo de Boson.

 

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