A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga um falso guru espiritual acusado de desviar mais de R$ 20 milhões, torturar seguidores e expor crianças a práticas de sexo explícito.
Adir Aliatti, de 69 anos, liderou a comunidade “Osho Rachana”em Viamão, Região Metropolitana de Porto Alegre, que funcionava sob o pretexto de ser um espaço terapêutico.
Pacotes de estudo bioenergético, que chegavam a creme R$ 12 milatraiam pessoas fragilizadas em busca de auxílio emocional.
Aliatti, no entanto, manipulava os participantes para que doassem dinheiro e patrimônio à comunidade, com a promessa de que seria revertido em benefício coletivo.
O que na verdade não acontecia, pois ele utilizou para benefício próprio, comprando imóveis, fazendo viagens confortáveis, perdendo em apostas online ou frequentando cassinos.
Delegada Jeiselaure Rocha à CNN
Torturas psicológicas, agressões e “cura gay”
As investigações apontam que os membros da comunidade foram submetidos a torturas psicológicas intensas, incluindo humilhações e ameaças constantes.
Relatos indicam que o guru fazia uso do estado emocional fragilizado das vítimas para exercer controle sobre suas vidas, reforçando a ideia de que, caso deixassem a comunidade, não “iria conseguir mais nada da vida”.
Além disso, o líder utilizava métodos invasivos. O líder da seita ainda obrigava as vítimas a fazer ozonioterapia retal e ludibriava as vítimas. Entenda porquê o método é polêmico.
Há relatos de mulheres grávidas agredidas, vítimas arrastadas pelos cabelos e abusos sexuais sob o pretexto de uma “cura gay”. Segundo as investigações, ele teria obrigado mulheres a manterem relações sexuais com vários homens na comunidade.

Além das denúncias de violência contra adultos, a polícia apura relatos de crianças que permaneceram expostas a atos sexuais entre os membros da comunidade. Ainda não há frases de abuso sexual infantil.
A Justiça determinou o uso de tornozeleira eletrônica para dois investigados, que são proibidos de se aproximar das vítimas e tiveram os passaportes suspensos.
A Polícia Civil solicita denúncias ou contato de vítimas relacionadas a Operação Namastêsejam feitos através do número 51 9841-6606que é da 1ª DP/Viamão.
O que diz a defesa
Em nota enviada à CNNa defesa do guru é Adir Aliatti informou que já se colocou à disposição das autoridades e que “refuta as hipóteses levantadas pelos denunciantes”. Veja abaixo na íntegra:
“A defesa técnica de Adir Aliatti, conduzida pelo advogado Rodrigo Oliveira de Camargo, refuta as hipóteses levantadas pelos denunciantes e já se colocou à disposição das autoridades. Aliatti confia na justiça e não se furtará de prestar todos os esclarecimentos devidos nos foros e momentos adequados. Até onde tivemos conhecimento dos fatos investigados, a materialidade na narrativa não se sustenta por falta de elementos.”