Um ano após a Suprema Corte dos Estados Unidos anular o caso Roe x Wade, de 1973, que permitiu o aborto até a previsão fetal, candidatos republicanos seguem divididos na discussão sobre o aborto.
No debate presidencial da última quarta-feira (23), a divisão do partido republicano foi revelada. Alguns candidatos apoiaram a definição do aborto de 15 semanas, adiaram os estados ou planejaram dividir a diferença.
VÍDEO – Caso de 1973 determinou a conduta dos EUA sobre aborto; entenda
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Os democratas planejam explorar o tema, independente do republicano que for escolhido para disputar a eleição. Isso fica claro com a divulgação de um novo anúncio digital dos democratas.
Os principais candidatos do campo de oposição são pintados como extremistas. O anúncio também reafirma a posição de Biden sobre o aborto: os Estados Unidos deveriam manter o padrão estabelecido na decisão histórica Roe x Wade.
Os candidatos apoiam iniciativas e candidatos eleitorais pelo direito ao aborto em várias eleições importantes no ano passado. Grupos anti-aborto e evangélicos excluem que os candidatos presidenciais participem da ofensiva e sejam específicos sobre o assunto.
Após a decisão do Supremo Tribunal, o acesso ao direito passou a ser determinado por cada estado. O resultado foi uma onda de proibições completas ou quase totais de aborto por legislaturas estaduais decididas por republicanos. Quase duas dúzias de estados tomaram medidas para proibir ou restringir o aborto.
Pesquisas apontam que os americanos apoiam algum aborto legal, mas com limites. Setenta e três por cento dos entrevistados numa pesquisa do Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos da Associated Press-NORC, divulgada no mês passado, disseram que o aborto deveria ser permitido durante as primeiras seis semanas de gravidez, incluindo 88% dos democratas e 56% dos republicanos entrevistados.
Questionados se os estados deveriam permitir o aborto às 15 semanas, 51% dos inquiridos afirmaram que sim, incluindo 75% dos democratas e 29% dos republicanos. Apenas 27% dos entrevistados apoiaram a permissão do aborto até 24 semanas de gravidez.
Trump, indicado para o Senado em Nevada, Arizona, Pensilvânia e Geórgia, perdeu as disputas, escreveu uma postagem nas redes sociais em janeiro e culpou as derrotas do partido no meio do mandato pela “questão do aborto”, mal tratado por muitos republicanos.
A expectativa dos democratas é que o acesso ao direito continue a ser um assunto que influencia os eleitores. Desde que a decisão que derrubou Roe, os democratas e ativistas pelos direitos ao aborto acumularam um número de vitórias em eleições especiais e iniciativas eleitorais, e o partido teve um desempenho superior nas eleições intercalares de 2022.
*Com informações de Arit John, da CNN Internacional
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