Alguns passos e ferramentas podem ser o ponto de partida para esse aprendizado
Até fevereiro de 2024, mais de 1/3 dos brasileiros estavam com o nome negativado na Serasa, de acordo com a instituição. Esse número alarmante é reflexo de inúmeros problemas sociais, como o desemprego, mas também reforça a necessidade de educação financeira para minimizar os impactos da instabilidade social.
O que é educação financeira?
A educação financeira é o aprendizado que permite gerenciar de forma consciente o salário e outros tipos de renda. Essa gestão permitirá futuramente realizar grandes sonhos, como a compra de casa, carro e planejamento de viagens internacionais.
Esse conceito envolve práticas e conhecimentos que ajudam as pessoas a tomarem decisões conscientes sobre como gastar, poupar, investir e planejar para o futuro, sem cair em armadilhas financeiras.
Imaginando a vida financeira como um jogo, a educação financeira pode ser vista como conjunto de regras e estratégias que determinam o vencedor da partida, que será aquele que evita perder dinheiro e fazer dívidas que vão além do que consegue pagar.
Por onde começar?
O primeiro passo é o diagnóstico financeiro, que é saber exatamente a quantidade de dinheiro que está entrando e a que está saindo. Para isso é preciso somar as receitas, o salário e outras fontes de renda, e subtrair desse total a quantidade de gastos, os quais incluem todos os boletos, débitos automáticos, faturas, e despesas que são praticamente obrigatórias mensalmente.
Ter esse controle permite evitar surpresas, descobrir quais são os maiores gastos e se eles podem ser cortados ou reduzidos.
Para aquelas pessoas que costumam aprender melhor por meio de imagens, uma dica é usar alguma representação visual do tipo anotação em papel, planilha ou gráfico para acompanhar entradas e saídas de dinheiro das contas bancárias. O registro pode ser feito por categorias, permitindo acompanhar, por exemplo, aquelas despesas mais essenciais como alimentação básica, água, energia e aluguel.
Outra ferramenta que pode ajudar nesse diagnóstico da saúde financeira é o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), criado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e que está disponível on-line. Por meio do I-SFB, é possível ficar mais alerta sobre o que precisa ser melhorado para o dinheiro durar mais tempo.
Apenas esse controle já pode permitir conclusões sobre o rumo que o dinheiro anda tomando. Dessa forma, é possível visualizar quais excessos estão sendo cometidos e quais são as oportunidades de economizar.
Investimentos
Para melhores rendimentos, é preciso ir além da poupança e planejar investir em outras modalidades, como ações, criptomoedas, tesouro nacional e opções oferecidas também pelos serviços bancários.
Mas, a poupança também não pode ser menosprezada, principalmente no cumprimento de metas como a viagem dos sonhos e a criação de uma reserva financeira para as emergências, pois a única certeza é que os imprevistos virão. Por isso, é importante destinar uma quantia mínima para ser aplicada mensalmente, a qual pode ir aumentando, de acordo com a situação de cada mês.
Como lidar com as dívidas?
Um passo tão importante quanto fazer investimentos é lidar com as dívidas do presente. Equilibrar gastos e dívidas é uma das principais condições para a autonomia e saúde financeira.
Negociar dívidas pode ser uma maneira responsável de lidar com a questão, encaixando melhor as condições de pagamento no orçamento do devedor. Dívidas podem fazer parte da vida financeira, mas o que mais impacta é a forma de lidar com elas. Usar esse método de forma estratégica é um passo essencial para recuperar o controle financeiro e garantir uma vida financeira mais saudável e tranquila no longo prazo.
É interessante buscar opções, como o “empréstimo consignado”, caso o endividado seja funcionário público ou tenha algum benefício de aposentadoria, ou até mesmo buscar serviços de refinanciamento.
Também existe a possibilidade de participar dos feirões voltados para negociação de dívidas que são realizados em algumas cidades pelos órgãos de defesa do consumidor. É importante ficar atento às oportunidades.