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“A gente não sabe se fica feliz ou triste“, diz mulher que deu à luz ser desabrigada no RS

Em entrevista à CNNa dona de casa Gislaine de Oliveira Carlos relatou seu estado de confusão após o nascimento de seu filho, Tyson, dias depois de ser resgatado e encaminhada a um abrigo. Ela e o companheiro Pierre Raimundo da Silva, auxiliar de construção, tiveram que abandonar o lar da família, em Porto Alegre, no dia 3 de maio.

Atualmente, uma família está abrigada na sede de uma associação no bairro de Cavalhada, na zona sul da capital gaúcha.

“A gente tá numa mescla de energia. A gente não sabe se fica feliz ou triste pelas coisas que aconteceram. Eu não estou tentando pensar nisso, senão vai ser um trauma tão grande pensar nas coisas que a gente perdeu, estou pensando: 'olha que legal essa ajuda toda””, disse Gislaine.

A família relata que, depois de sair de casa, foi até uma academia da irmã da gestante, onde se instalaram no segundo andar. O casal relata que, no sábado passado (4) um bombeiro passou ali na frente avisando que uma inundação iria atingir o local onde eles estavam.

“A gente só pegou duas bolsas do Tyson, só com as roupinhas da maternidade, que a gente já tinha separadas”, relembra a dona de casa.

Uma família saiu do estabelecimento em uma espécie de cordão humano. Eles explicaram à reportagem que as mulheres do grupo andaram pela enchente com as mãos dadas e os homens foram na frente. O nível da água estava na altura do estresse das pessoas.

Em certo momento, passou a não dar pé e a família foi resgatada por um barco e levada para um ponto de uma rodovia. “Pegamos chuva e vento. Eu cheguei até a dormir debaixo de uma lona. Aqui (no abrigo) estamos mais tranquilos”, relatou Pierre.

A chegada de Tyson

“O estresse da gravidez já estava no máximo, mas o estresse do que aconteceu, foi caótico”, desabafou Gislaine. “No sábado (4), quando a gente saiu, eu estava completando 40 semanas. Eu repetia par ao bebê na barriga: 'não vem agora, espere mais um pouco, por favor'”.

Apesar de todas as dificuldades, após ser abrigada, Gislaine recebeu todo o suporte dos voluntários e deu à luz um bebê saudável na última terça-feira (7). O parto foi cesário.

De volta ao abrigo, a mamãe e o papai agradecem todo o apoio que recebe. “Não acreditei muito na segurança das outras pessoas, mas depois do que aconteceu, estou pensando positivo (…) As pessoas estão me ajudando muito a ser o homem que esse cara aqui precisa”, conclui Pierre.

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