O governo dos Estados Unidos, por meio de sua principal autoridade comercial, detalhou nesta sexta-feira (18) novas barreiras comerciais direcionadas à China. O foco desta vez recai sobre navios construídos ou operados por empresários chineses.
O USTR (Representante de Comércio dos Estados Unidos) declarou que essas restrições são necessárias para revitalizar a indústria naval americana e cumprem uma promessa de campanha de impor tarifas abrangentes. A nova cobrança tarifária terá início em US$ 50 por tonelada líquida de carga, com um aumento gradual previsto para atingir US$ 140 por tonelada até o ano de 2028.
A China atualmente detém a posição de maior produtor de navios do mundo, controlando mais de 50% do mercado global.
O anúncio desta sexta-feira (18) intensifica ainda mais o isolamento da economia americana no cenário comercial internacional. O ex-presidente Donald Trump já havia implementado uma taxa de importação universal de dez por cento contra diversos parceiros comerciais, elevando essa taxa para mais de cem por cento no caso de produtos provenientes da China.
Contudo, uma análise do mercado sugere que essa decisão representa um recuo em comparação com as ameaças anteriormente proferidas pela Casa Branca. Ao assumir o governo, em fevereiro, Donald Trump chegou a declarar que cobraria uma taxa superior a um milhão e quinhentos mil dólares por cada embarcação chinesa que atracasse em um porto americano.
Nesta sexta-feira, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China criticou o anúncio do governo Trump, acusando os Estados Unidos de inflacionar artificialmente o que chamou de “narrativa da ‘capacidade excessiva’ da China”.
“Instamos os Estados Unidos a respeitarem os fatos e as regras multilaterais e a cessarem imediatamente suas práticas errôneas. A China tomará as medidas necessárias para defender seus direitos e interesses legítimos”, afirmou Lin Jian.
No dia anterior, em uma coletiva de imprensa ao lado da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, Donald Trump havia declarado que não buscava uma guerra comercial contra a China e reconheceu o impacto potencial dessas medidas no mercado interno dos Estados Unidos.
“Acho que vamos fazer um acordo. Teremos um acordo. Teremos um ótimo acordo com a China. E vocês verão que teremos um ótimo acordo com a China”, afirmou o presidente americano.