O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, anunciou um governo de transição no sábado (29), nomeando 23 ministros em um gabinete ampliado, visto como um marco importante na transição do país, que busca se afastar de décadas de governo da família Assad.
As novas autoridades sírias, predominantemente sunitas islâmicas, estão sob pressão do Ocidente e dos países árabes para formar um governo que inclua as diversas comunidades étnicas e religiosas do país. Essa pressão aumentou após o assassinato de centenas de civis alauitas – seita minoritária à qual o deposto Bashar al-Assad pertence – em ataques violentos na costa oeste da Síria neste mês.
O gabinete inclui Yarub Badr, um alauita nomeado Ministro dos Transportes, e Amgad Badr, da comunidade drusa, que liderará o Ministério da Agricultura. Hind Kabawat, uma mulher cristã da oposição a Assad, conhecida por seu trabalho em prol da tolerância inter-religiosa e do empoderamento feminino, foi nomeada Ministra de Assuntos Sociais e Trabalho. Mohammed Yosr Bernieh assumirá o Ministério das Finanças.
O governo manteve Murhaf Abu Qasra e Asaad al-Shibani, que já atuavam como ministros da Defesa e das Relações Exteriores, respectivamente, no gabinete interino anterior. Sharaa também anunciou a criação de ministérios para Esportes e Emergências, nomeando o chefe do grupo de resgate Capacetes Brancos, Raed al-Saleh, como Ministro de Emergências.
Em janeiro, Sharaa foi nomeado presidente interino e prometeu formar um governo de transição inclusivo, que reconstruiria as instituições públicas sírias e governaria o país até as eleições, previstas para até cinco anos. O governo não terá um primeiro-ministro, com Sharaa liderando o poder executivo.
No início deste mês, a Síria emitiu uma declaração constitucional, projetada para servir como base para o período interino liderado por Sharaa. A declaração mantém um papel central para a lei islâmica e prevê os direitos das mulheres e a liberdade de expressão.
