O uso de fontes mais limpas de energia é urgente, ainda que esbarre em dificuldades e em acordos internacionais não cumpridos
As mudanças climáticas têm exigido providências urgentes para ao menos frear as consequências importantes que o uso desenfreado dos recursos tem causado ao planeta. Uma dessas providências tem sido a transição energética. É sabido que muitos dos gases do efeito estufa são provenientes da queima de combustíveis fósseis como carvão e petróleo. Logo, uma busca por fontes limpas é de grande necessidade.
Esforços devem ser feitos conjuntamente
Muitos países, ainda que avançados, utilizam o carvão como uma fonte primária de energia, mesmo que altamente poluente. Já o petróleo é uma matriz que não deve ser substituída inteiramente num período próximo, uma vez que é a matéria-prima do diesel e da gasolina, por exemplo, largamente utilizados nos automóveis.
Ainda assim, é preciso que governos e empresas, bem como toda a sociedade civil, busque alternativas e faça a transição energética enquanto ainda há tempo. Afinal, um dos maiores objetivos da transição energética é minimizar ou até mitigar a emissão de carbono. Somente através do esforço conjunto, do uso de fontes limpas e sustentáveis de energia e a produção e consumo consciente isso será possível.
Desafios e oportunidades
Contudo, mesmo com toda a necessidade, a transição ainda esbarra em grandes desafios. Países que saíram na frente na industrialização, por exemplo, chegaram a níveis produtivos altos e possuem mais oportunidades para fazer a transição, seja ela industrial ou financeira. Já países em desenvolvimento não têm a mesma facilidade e, portanto, dependem mais das fontes já estabelecidas.
Qualquer desvio de rota para uma transição energética representa muito investimento, por vezes inalcançável. Ao mesmo tempo, essa transição pode implicar em redução de produtividade, o que representa um retrocesso para toda uma produção nacional.
Assim, somente um acordo global poderia corrigir essa questão. E o Brasil sai na frente por várias razões. Uma delas é o fato do Brasil ser um caso único no mundo, onde quase a totalidade de toda sua matriz energética é proveniente de fontes limpas e renováveis, caso da hídrica, solar, eólica e até mesmo de biomassa.
Contudo, ainda há muito a crescer. Na prática, isso representa campos inteiros de trabalho que se abrem, principalmente na área da tecnologia. Afinal, eficiência energética também passa por áreas como Inteligência Artificial, por exemplo. Mas todas as áreas possuem a previsão de criação de vários postos de trabalho nos chamados “empregos verdes”.
Garantir o bom uso das energias renováveis, de maneira sustentável, e de forma que seja produtiva a ponto de suprir todas as necessidades humanas são desafios que demandam mão de obra especializada. E as fontes de energia renováveis criam muitas vagas. No Brasil, são mais de 2 milhões de trabalhadores “verdes” em áreas diversas como construção civil, transporte e gestão de resíduos, segundo a LCA Consultores.
Esses trabalhadores fazem a sua parte de contribuição com o meio ambiente e com o planeta como um todo. São fundamentais para a manutenção da biodiversidade e até mesmo a conservação de biomas inteiros, cada vez mais impactados pelas mudanças climáticas.
Contudo, todos podem fazer sua parte. Isso pode começar em casa mesmo, pela opção por fontes de energia mais limpa. O gás GLP, por exemplo, ainda derivado do petróleo, é uma fonte muito mais limpa e largamente encontrada em forma de botijões de gás. Sua queima é limpa e gera praticamente nenhum resíduo. O seu uso em escala maiores pode ser ainda mais benéfico na potencialização da transição energética.