STJ nega pedido da Anvisa por mais prazo para regulamentar uso da cannabis com fins medicinais

STJ nega pedido da Anvisa por mais prazo para regulamentar uso da cannabis com fins medicinais

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da União por uma ampliação do prazo para regulamentar o uso da Cannabis sativa com fins medicinais e farmacêuticos. A decisão mantém o prazo de seis meses estabelecido pelo tribunal em novembro de 2024, que começou a contar a partir de 19 de novembro do ano passado.

O caso teve origem no Incidente de Assunção de Competência 16 (IAC 16), no qual o STJ reconheceu a possibilidade jurídica de autorizar o uso medicinal e farmacêutico da cannabis. Na ocasião, o tribunal determinou que a Anvisa e a União editassem a regulamentação necessária no prazo de seis meses.

Em embargos de declaração, a Anvisa e a União argumentaram que o prazo era insuficiente para concluir um processo regulatório complexo, solicitando a extensão para 12 meses a partir do julgamento dos embargos. Alegaram que a decisão do STJ foi omissa e contraditória em relação ao prazo estabelecido.

No entanto, a relatora do caso, ministra Regina Helena Costa, rejeitou os argumentos, destacando que o acórdão foi claro ao fixar o prazo de seis meses. Ela ressaltou que o período foi definido após amplo debate no colegiado da Primeira Seção, que considerou o tempo adequado para a regulamentação, levando em conta a complexidade do processo.

A ministra afirmou que a concessão de um prazo adicional só seria possível mediante justificativa e comprovação de que medidas concretas foram adotadas no período estabelecido. “Considerou-se, efetivamente, a presumida complexidade procedimental a ser implementada pela administração para a regulamentação exigida, não havendo, desse modo, a omissão e/ou a contradição imputadas ao acórdão pelas embargantes”, explicou.

A decisão reforça a necessidade de agilidade na regulamentação do uso medicinal da cannabis, um tema que tem ganhado relevância no Brasil devido ao potencial terapêutico da planta para o tratamento de diversas condições de saúde. A negativa do STJ pressiona a Anvisa e a União a cumprirem o prazo estabelecido, garantindo maior acesso aos medicamentos à base de cannabis para pacientes que dependem desse recurso.

Fonte
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