Justiça do DF rejeita ação de Bolsonaro contra Boulos por falas sobre assassinato de Marielle Franco

Justiça do DF rejeita ação de Bolsonaro contra Boulos por falas sobre assassinato de Marielle Franco

A Justiça do Distrito Federal rejeitou a ação movida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), na qual ele pedia indenização de R$ 50 mil por supostos danos morais. O ex-mandatário alegava ter sido indevidamente associado ao assassinato da vereadora Marielle Franco. Cabe recurso.

O juiz Júlio César Lérias Ribeiro considerou que as declarações do parlamentar estavam protegidas pela imunidade parlamentar e pela liberdade de expressão. Além disso, entendeu que o prazo para questionar os fatos já estava prescrito.

A ação mencionava publicações de Boulos na rede social X e uma entrevista concedida à CNN, em que o deputado teria insinuado a participação de Bolsonaro no crime. Na entrevista, o parlamentar questionou a decisão do então presidente de colocar sob sigilo documentos do Itamaraty relacionados ao caso. “O que levaria Bolsonaro, se não tivesse nada a esconder em relação ao assassinato da Marielle Franco, a colocar sob sigilo telegramas do Itamaraty que tratam do caso Marielle? Quem deve, teme! O Bolsonaro fugiu para Orlando, a gente sabe muito bem por que fugiu para Orlando”, afirmou Boulos, referindo-se à viagem do ex-presidente para os Estados Unidos após perder as eleições de 2022.

Um dos posts citados na ação, publicado em fevereiro de 2019, dizia que o pacote “anticrime” do então ministro Sergio Moro reforçava aproximações entre o governo Bolsonaro e o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, que já foi acusado de liderar “esquadrões da morte”. No texto, Boulos mencionava que a milícia suspeita de matar Marielle Franco teria ligações com a família do ex-presidente.

Na decisão, o juiz reconheceu que as declarações foram duras e direcionadas a Bolsonaro, mas destacou que fazem parte do debate político. “As manifestações da parte ré exploraram um viés negativo, pegando pesado, ao tecer ásperas críticas às ações do governo [de Jair Bolsonaro]”, escreveu. “Quer se queira, ou não se queira, isso faz parte do debate político democrático e está resguardado pela liberdade de expressão, garantida constitucionalmente.”

Fonte
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