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Projeto de lei sobre desinformação proposto pela Austrália é criticado por linguagem vaga

O Projeto de Lei de Emenda à Legislação de Comunicações da Austrália (Combate à Desinformação e à Falsidade) 2024 continua gerando debates acalorados, com críticos argumentando que o projeto de lei corre o risco de sufocar a liberdade de expressão.

O projeto de lei proposto, que visa desinformação relacionada a eleições, saúde pública e infraestrutura crítica, exige que as empresas de tecnologia estabeleçam códigos de conduta.

Plataformas que não conseguirem se autorregular enfrentarão padrões impostos pela Australian Communications and Media Authority (ACMA), que supervisionaria a aplicação. Isso poderia incluir multas de até 5% da receita global total para plataformas que não cumprirem as novas regras.

No entanto, os defensores da liberdade de expressão alertam que isso pode ter um efeito inibidor no discurso público legítimo e potencialmente limitar a capacidade das pessoas de criticar instituições públicas.

Linguagem vaga

O chefe de ativos digitais da VanEck, Matthew Sigel, recorreu às redes sociais para destacar que o projeto de lei categoriza certos atos de fala, como aqueles que podem “prejudicar a confiança pública no sistema bancário ou nos mercados financeiros”, como possíveis motivos para penalização.

Sigel expressou preocupação com a linguagem ampla e vaga, sugerindo que discussões normais sobre instituições financeiras poderiam ser injustamente alvos sob o pretexto de desinformação.

As preocupações de Sigel ecoam as de outros defensores da liberdade de expressão, que argumentam que o projeto de lei poderia inadvertidamente suprimir críticas públicas a instituições importantes, incluindo mercados financeiros, e encorajar plataformas de tecnologia a censurar excessivamente em um esforço para evitar multas.

Além disso, críticos, incluindo especialistas jurídicos e figuras da oposição, levantaram alarmes sobre as definições vagas de “desinformação” e “desinformação” do projeto de lei, argumentando que tal linguagem deixa muito espaço para interpretação subjetiva e exagero.

Não fazer nada ‘não é uma opção’

A legislação surge em meio a um movimento global mais amplo para regulamentar gigantes da tecnologia e reduzir a disseminação de desinformação, mas a resistência na Austrália sinaliza um debate contínuo sobre o equilíbrio entre liberdade de expressão e segurança pública.

Apesar das críticas, o governo australiano afirma que o projeto de lei é necessário para combater a disseminação de desinformação que ameaça a democracia, a saúde pública e a infraestrutura.

A Ministra das Comunicações Michelle Rowland defendeu a legislação, afirmando que a inação sobre desinformação “não é uma opção”, dada a ameaça que ela representa à segurança pública e à democracia. Ela enfatizou que o governo espera que as plataformas de tecnologia cumpram a lei australiana e alertou as empresas contra ameaças de contornar ou minar essas regulamentações.

Ela também destacou que a versão alterada do projeto de lei garante que certos tipos de conteúdo serão explicitamente protegidos, já que o governo busca encontrar um equilíbrio entre combater a desinformação prejudicial e defender a liberdade de expressão.

Isso inclui conteúdo de notícias profissionais, bem como qualquer conteúdo artístico e religioso — que são considerados cruciais para a livre expressão e o discurso público. No entanto, os críticos permanecem céticos sobre o escopo dessas proteções, com as principais preocupações girando em torno do potencial para interpretações subjetivas do que constitui conteúdo protegido.

Espera-se que o projeto de lei seja apresentado ao parlamento na próxima semana, preparando o cenário para um debate mais acalorado sobre seus impactos sociais mais amplos.

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