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Portugal: Suspeitos de manter homem em situação análoga à escravidão durante 17 anos são presos

A polícia de Portugal disse nesta quarta-feira (1°) que prendeu quatro pessoas suspeitas de manter um homem em condições análogas à escravidão durante 17 anos na região de Bragança, no norte do país.

Em comunicado, as autoridades afirmam que o homem de 54 anos sofreu abusos físicos e psicológicos durante esse período e foi vítima de exploração laboral, nomeadamente ao ser “alugado” a terceiros para trabalhos agrícolas.

A vítima, que tem dificuldades de aprendizagem e não tem apoio familiar, não recebeu nenhum pagamento pelo seu trabalho e todas as suas ações foram controladas pelos suspeitos, que tinham em sua posse os documentos da vítima, pontuou a polícia.

“Ele vivia numa situação degradante, passando a noite numa van… sem as mínimas condições de vida, saúde, higiene e alimentação. Os réus nunca permitiram que ele recebesse cuidados médicos – nem mesmo quando sofreu um acidente grave”, destacaram.

A vítima, que sofreu lesões permanentes que afetaram sua mobilidade, conseguiu escapar e passou a receber apoio especializado, informou a corporação.

Os presos, que têm idades entre 37 e 44 anos, compareceram perante um juiz para serem interrogados por suspeitas de crimes de escravidão, tráfico de pessoas e falsificação. A polícia não revelou a nacionalidade da vítima.

Os casos de exploração laboral e de tráfico de seres humanos têm crescido em Portugal, particularmente no setor agrícola. Houve vários casos de migrantes pobres presos em trabalhos não remunerados em explorações agrícolas.

Em novembro do ano passado, centenas de agentes policiais invadiram fazendas na região sul do Alentejo, em Portugal, prendendo 28 pessoas suspeitas de tráfico de seres humanos e exploração laboral.

O Conselho da Europa afirmou em junho de 2022 que as autoridades portuguesas identificaram 1.152 possíveis vítimas de tráfico durante os anos de 2016 a 2020.

O número de investigações, processos e condenações foi inferior em comparação com o número de vítimas reveladas, afirmou na ocasião o órgão.

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