Na tentativa de esvaziar a fama de violência urbana no Brasil, o governo aproveitou uma das maiores feiras internacionais de turismo do mundo para vender a imagem de que há destinos no país com “índices europeus” de segurança pública.
Uma recente pesquisa da segurança americana Berkshire Hathaway Travel Protection, em que o Brasil subiu 27 posições no ranking dos países mais seguros para viagens, serviu de base para o discurso.
“Há destinos no Brasil onde você deixa seu celular sobre a mesa, como Maragogi (AL), Olímpia (SP), Porto de Galinhas (PE). Temos cidades que apresentam índices europeus de segurança pública”, disse à CNN o ministro do Turismo, Celso Sabino, em uma pausa durante sua agenda na Fitur, a feira realizada recentemente em Madri que reúne grandes operadoras de turismo, redes de hotéis, companhias aéreas e governos de todo o mundo buscando seus países.
Em 2023, o Brasil ocupava o 42º lugar no ranking da empresa americana especializada em seguros de viagem. O levantamento considera diversos fatores, não apenas a violência urbana, mas até guerras e eventos climáticos extremos.
Em 2024, o Brasil subiu para a 15ª posição — a mais alta entre os países da América Latina e a segunda em todo o continente americano, perdendo apenas para o Canadá.
Para o ministro, além de evidenciar percepções muitas vezes exageradas sobre a situação no Brasil, o indicador mostra que muitas vezes os brasileiros criticam demais o próprio país e minimizam problemas no exterior.
“Em Madri ou Londres, é frequente passar uma ou duas horas na fila de migração. Ninguém reclama”, exemplifica Sabino.
Ele exalta as qualidades do turismo no Brasil. “O deserto de Dubai está muito, muito, muito atrás dos Lençóis Maranhenses. As praias de Cancún ficam muito atrás de Maragogi”, acrescenta.
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