Fotos site 15 1.png

Molécula de veneno de peixe pode ajudar no tratamento da asma, diz pesquisa do Butantan

Uma pesquisa do Instituto Butantan revela que as moléculas de veneno de um peixe podem ajudar no tratamento de asma.

Trata-se de um peptídeo derivado do veneno do peixe niquim (Thalassophryne nattereri), denominado TnP, informou o instituto.

Estudo publicado na revista científica Cells apresentou resultados promissores para o tratamento da asma em testes em modelos animais.

Conforme um Organização Mundial da Saúde (OMS), a asma é a doença respiratória crônica mais comum, afetando 262 milhões de pessoas no mundo e causando 455 mil mortes por ano. A maioria dos óbitos ocorre em países de baixa e média renda, com pouco acesso a diagnóstico e tratamento.

Descoberta em 2007, pelo Laboratório de Toxinologia Aplicada do Butantan, uma proteína com propriedades anti-inflamatórias deu origem a uma série de peptídeos sintéticos produzidos pelo grupo, que foram patenteados no Brasil e em outros 12 países.

“Desde então, pesquisas realizadas pela equipe têm apontado a molécula como uma possível candidata para tratar doenças inflamatórias”, afirma o instituto.

Desta vez, os cientistas compararam grupos de animais como asma tratados com TnP e com dexametasona, fármaco comumente utilizado para tratar doenças respiratórias e animais não tratados.

“Assim como o tratamento convencional, o TnP prejudica em mais de 60% o número de células totais que causam inflamação e dano tecidual sem luz. No caso dos eosinófilos, responsáveis ​​pela inflamação em cerca de metade dos pacientes com asma, a redução foi de 100%”, afirma o estudo.

Ainda de acordo com o Butantan, o tratamento com TnP também atenuou a remodelação das vias aéreas, característica que contribui para a redução da função pulmonar e obstrução do fluxo aéreo, e impede a presença de muco no transporte.

Diferentemente das terapias convencionais, que podem causar sintomas como taquicardia, metálico, dor de cabeça e tremores musculares, não foram identificados efeitos adversos.

VÍDEO – Levedura usada na cachaça pode prevenir asma, aponta estudo

data-youtube-width=”500px” data-youtube-height=”281px” data-youtube-ui=”nacional” data-youtube-play=”” data-youtube-mute=”0″ data-youtube-id= “bRp-iige9Ik”

“Submetemos o veneno do peixe a uma cromatografia para identificar peptídeos e testamos várias moléculas. Essas toxinas provocam dor, edema, necrose. Até que chegamos a uma fração de peptídeos que não causou nenhuma ação dano e isso nos chamou atenção”, disse a pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira, responsável pelo estudo.

Segundo ela, posteriormente, foi feito o sequenciamento genético do TnP para permitir a produção de peptídeos sintéticos em laboratório. “Assim, os pesquisadores não dependem mais da absorção do veneno do peixe e podem testar as moléculas sintéticas em diferentes modelos de doenças”, acrescentou o pesquisador.

peixe niquim

Espécie de peixe peçonhento brasileiro que predomina nas regiões Norte e Nordeste do país, o peixe niquim costuma se esconder em buracos na areia e é capaz de sobreviver por até 18 horas fora d’água, podendo provocar acidentes graves, segundo o Butantan. O contato com seus espinhos causa dor aguda, sensação de queimadura, surto e necrose. Seu veneno é treinado pelo instituto desde 1996.

Segurança sem uso do peptídeo TNP

Para avaliar a toxicidade e segurança do peptídeo TnP, os pesquisadores testaram uma molécula em peixe-zebra (ou peixe paulistinha), um modelo animal de pesquisa que apresenta 70% de semelhança genética com humanos. Segundo o estudo, não houve registro de disfunções cardíacas nem problemas neurológicos causados ​​pelo peptídeo.

Fonte

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *