O menino Nicolas Gaspar, de 2 anos, já estava com Roberta Porfírio, de 41, desde o último dia 30, quando foi considerado desaparecido, em Santa Catarina. A informação foi confirmada pela Polícia Militar de São Paulo, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (9).
De acordo com o tenente Sérgio Rodrigo Brandão e o sargento Márcio Roberto dos Santos Severino, responsáveis pela abordagem, a mulher, que tinha a certeza de nascimento original da criança, afirmou que estava a caminho do Fórum do Tatuapé para regularizar a adoção do menino, quando foi interceptada.
O carro de Roberta, que está em situação regular, foi exatamente pelos aguardados na segunda (8), depois que a corporação recebeu a informação da placa e das características do veículo que teria sido usado para levar o menino.
Por meio de monitoramento eletrônico, a PM conseguiu localizar o carro no bairro do Tatuapé, na zona leste da capital paulista, e fazer o cerco.
No momento da abordagem, Roberta estava sentada no banco de trás, ao lado da criança, que estava em uma cadeirinha. De acordo com o relato dos presos, Nicolas estava alimentado e bem vestido, sem nenhum sinal de violência. Ele não chorou em algum momento.
Junto de Roberta, estava Marcos Valverde, de 52 anos. À polícia, o homem revelou que foi ele quem intermediou o contato com a mãe de Nicolas. Ainda não se sabe se ele recebeu algum valor por isso.
“O homem se apresentou como alguém que queria adotar uma criança e que conheceu uma mulher em reunião de pessoas que adotaram crianças. Ele teria tomado conhecimento de que a mãe não queria o bebê e intermediou esse contato”, explicou o tenente.
A partir daí, Roberta teria ido a Santa Catarina pegar o menino. “Ela contornou que estava assustada com a repercussão do caso e fez contato com o rapaz. Eles se encontraram em São Paulo ontem e iriam até o fórum para regularizar a situação”, informaram os policiais.
Os dois afirmaram aos aguardados que o menino havia sido entregue pela própria mãe, identificada como Nathalia Areias Gaspar. A Polícia Civil de Santa Catarina apurou que, desde o nascimento da criança, Marcos e Roberta aliciavam a mãe para que ela entregasse Nicolas.
Em depoimento, Nathalia declarou que entregou o filho espontaneamente, sem qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. No entanto, a polícia catarinense constatou que a mãe da criança apresenta quadro de extrema vulnerabilidade.
A avó materna de Nicolas Gaspar já está em contato com o Conselho Tutelar para levar uma criança de volta para Santa Catarina.
Marcos, que tem passagem pela polícia por lesão corporal, e Roberta foram presos e permaneceram em silêncio durante o interrogatório no 30º DP. A dupla, que pode responder por crime de adoção e tráfico de pessoas, deve passar por audiência de custódia.
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