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74% dos brasileiros acreditam que a violência contra as mulheres aumentou no país no último ano

Uma pesquisa revelou que 74% dos brasileiros perceberam um aumento de violência doméstica e familiar em 2023. O estudo ainda aponta outro cenário devastador: das entrevistadas que sofreram algum tipo de violência a maioria foi violada de forma física, psicológica e/ou moral.

Os dados são da 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, divulgada pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), nesta semana.

O levantamento, feito a cada dois anos, em atenção ao Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, realizado neste sábado (25), entrevistou mais de 21,7 mil brasileiros. A pesquisa tem como objetivo ouvir brasileiras sobre aspectos relacionados à desigualdade de gênero e às agressões contra mulheres no país.

No recorte regional, a percepção de aumento da violência contra a mulher foi mais acentuada na região Centro-Oeste (79%), seguida pela região Nordeste (78%), depois Norte (74%), Sudeste (72%) e em último lugar a região Sul (66%).

O levantamento ainda mostra que 30% das mulheres do país já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por homens. O número representa mais de 25,4 milhões de brasileiros que já foram vítimas desse tipo de violência em algum momento da vida.

O tipo de violência sofrida mais frequente é a psicológica (89%), seguida pela moral (77%). As entrevistadas responderam que a violência física também é recorrente (76%).

A maioria das mulheres que responderam ter sido vítima de violência entre 40 e 49 anos. Em todos os casos, as mulheres mais pobres são as mais vulneráveis.

A maior parte das brasileiras entrevistadas (62%) acredita que as mulheres denunciam cada vez menos às autoridades devido à sensação de impunidade.

Uma pesquisa também mostra que, para 73% dos brasileiros, o medo do agressor leva uma mulher na maioria das vezes a não denunciar uma agressão.

A falta de segurança e a dependência financeira são outras situações que, para 61% dos brasileiros, levam uma mulher a não denunciar uma agressão na maior parte dos casos.

Mesmo assim, um outro recorte mostrou que o percentual de vítimas que continuam casadas com seus agressores diminuiu para 26%, contrastando com os 43% registrados em 2019. Essa diminuição, segundo o estudo, mostra que “a maior parte das mulheres está conseguindo colocar fim a casamentos abusivos”. Uma pesquisa mostra ainda que 94% das mulheres também terminaram namoros agressivos.

De acordo com o texto, “é majoritária a percepção de que as mulheres que sofrem agressão se calam perante a violência”.

A pesquisa nacional inaugurou o Mapa Nacional da Violência de Gênero, uma plataforma interativa de dados públicos oficiais sobre violência contra as mulheres. O painel reúne as bases de dados do Senado Federal, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Sistema Nacional de Saúde (SUS).

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